by LCG. Maio 2020
Dificilmente poderíamos prever um cenário tão complexo e cheio de desafios como aquele com que as empresas e os colaboradores se viram de repente confrontados em consequência do novo coronavírus.
O lockdown paralisou negócios e alterou profundamente a realidade para milhares de empresas e trabalhadores. A começar pela forma como trabalhamos: muitas foram as empresas que passaram para um sistema de trabalho remoto - se em 2019 apenas 6,5% dos portugueses trabalhavam remotamente, em 2020, o estado de emergência fez do trabalho remoto uma realidade para milhares de profissionais.
E se existiam empresas – sobretudo as da área de TI – que estavam preparadas a nível tecnológico, humano e processual para deslocar a sua força de trabalho para um sistema de home office, muitas outras têm ainda um longo caminho a percorrer e estão a sentir as dificuldades naturais de quem se viu obrigado a, num curto espaço de tempo, repensar toda a sua forma de trabalhar, tentando assegurar, não só a produtividade e a sustentabilidade dos negócios, mas também o bem-estar e a motivação dos colaboradores: e tudo isto, numa altura de muitas incertezas, stress e ansiedade em relação ao futuro.
As vantagens do trabalho remoto são muitas, tanto para as empresas, como para os colaboradores. Menos tempo passado em deslocações, maior foco e equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, maior motivação e um menor desgaste, são apenas alguns dos motivos que têm levado a que o teletrabalho se tenha tornado uma tendência crescente nos últimos anos.
Contudo, gerir equipas em home office traz grandes desafios, sobretudo para as empresas que o fazem pela primeira vez:
Perante este novo cenário, as organizações precisam de repensar os seus processos e a sua capacidade tecnológica, mas também a forma como se relacionam com os seus colaboradores. Porque se tecnologias como o portal do colaborador, os softwares de gestão ou as ferramentas para videoconferência são agora imprescindíveis para manter os colaboradores unidos e produtivos, mais do que nunca é hoje fundamental assegurar uma comunicação mais regular, transparente e inclusiva, e um maior acompanhamento das pessoas.
As empresas que melhor se irão adaptar a estas transformações são as que conseguirem colocar as pessoas no centro da inovação e da transformação tecnológica. Estamos a entrar na era da Gestão 5.0 – uma gestão que pensa na utilização das tecnologias para nosso próprio benefício, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos. E se a revolução 4.0 colocava o foco na produtividade e na diminuição do erro humano, as transformações que temos conhecido nos últimos tempos estão agora a impulsionar um novo paradigma de convergência de todas as tecnologias para resolver problemas decorrentes de situações como o envelhecimento da população, os desastres naturais, os problemas ambientais - ou as pandemias.
Esta é uma oportunidade para olharmos para as soluções tecnológicas como a IA, a robótica ou o Big Data e percebermos de que forma elas podem ajudar-nos a comunicar e a produzir melhor, ao mesmo tempo que mantemos a nossa saúde, felicidade e bem-estar.
Esta nova realidade tem vindo a mostra-nos como tudo está cada vez mais conectado – tecnologia, ambiente, cidades, pessoas, empresas. Por isso, ser capaz de unir todos os trabalhadores numa mesma cultura e valores, e manter a motivação e a produtividade neste novo cenário vai exigir que as empresas encarem a tecnologia não apenas como um fim, mas acima de tudo, como um meio para empoderar os colaboradores e aumentar o bem-estar de todos.
Nesta era de tantas mudanças e novas ferramentas digitais, as empresas precisam de ser capazes de humanizar a relação com o trabalho, já que sem o bem-estar das pessoas não há produtividade nem economia.